domingo, 20 de novembro de 2011

A memória armazena a história intrapsíquica, que é composta de milhões de experiências de prazer, medo, apreensão, tranquilidade, raiva, que temos durante toda nossa vida, iniciando pela vida intra-uterina. Entretanto, pelo fato de a memória armazenar os segredos de nossa história, pensamos ingenuamente que a função dela é funcionar como depósito de informações. Assim, cremos falsamente que a hora que quisermos poderemos usá-las de maneira pura — como retirar uma roupa do armário ou um alimento da dispensa. Armazenamos as informações na memória, mas, quando as lemos e utilizamos, elas não são mais exatamente as mesmas informações. É como você colocar uma peça de roupa no armário e depois de uma semana, quando for utilizá-la, ela mudou de cor, encolheu ou aumentou.

Temos de ter consciência de que a leitura da memória é uma das mais importantes variáveis que participam da construção da inteligência. Existem dezenas de outras variáveis que também participam dessa leitura. Por isso, o resgate das informações, principalmente das experiências do passado carregadas de emoções, nunca é uma lembrança pura, mas uma reconstrução distinta, ainda que minimamente, dessas experiências.

CURY, Augusto Jorge in Inteligência Multifocal 


Um comentário:

Danilo Castro disse...

Minhas postagens costumam ser semanais, mas essa semana não assisti nenhum espetáculo. Acho que meu próximo post será sobre teatro de rua, intervenções urbanas, não sei. Estou estudando com um especialista nisso, André Carreira, e tô bem empolgado. Até mais! Obrigado por voltar sempre.